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A segurança do submarino Titanic foi prejudicada.

Titan sub's safety was shortchanged

## Por que a implosão do submersível Titan da OceanGate ocorreu?

No ano passado, o impensado colapso do submersível Titan da OceanGate chocou o mundo e lançou luz sobre os possíveis problemas financeiros da empresa. Em uma audiência da Guarda Costeira, o ex-diretor de engenharia da OceanGate, Phil Brooks, revelou que questões econômicas foram um fator importante nas decisões que contribuíram para a catástrofe. Brooks relatou que a situação financeira precária da empresa levou-o a deixar a OceanGate no início de 2023, apenas alguns meses antes do sub e sua tripulação serem perdidos durante um mergulho ao naufrágio do Titanic.

De acordo com Brooks, a segurança do submersível foi comprometida devido à pressão financeira enfrentada pela empresa. Ele acrescentou que “parecia que a segurança estava sendo negligenciada” e que tais concessões eram inaceitáveis. O testemunho de Brooks levantou sérias preocupações sobre os padrões de segurança da OceanGate e a possível exploração da tripulação.

Um dos aspectos discutidos durante o testemunho de Brooks foi um som alto ouvido após um mergulho ao Titanic no verão de 2022. Esse ruído foi considerado um ajuste súbito de uma estrutura metálica ao redor do submersível. Embora essa explicação parecesse razoável na época, Brooks e sua equipe queriam investigar eventuais danos na parte interna do casco do submersível. Infelizmente, a OceanGate decidiu deixar o submersível em um estacionamento próximo ao cais em St. John’s, Newfoundland, durante vários meses naquele inverno.

Essa exposição prolongada aos elementos climáticos pode ter enfraquecido o casco de fibra de carbono do Titan e as juntas entre ele e as tampas de titânio do submersível. Essa possível fragilidade teria tornando o submersível vulnerável às pressões extremas do oceano profundo. A equipe de Brooks recomendou trazer o submersível de volta para Everett, a fim de inspecionar a estrutura, mas o custo excessivo foi citado como impedimento para essa ação.

Essas revelações são apenas algumas das evidências que apontam para problemas financeiros e negligência por parte da OceanGate. Além disso, o testemunho da Bonnie Carl, ex-diretora de recursos humanos, finanças e administração da OceanGate, revelou a gravidade da situação financeira da empresa. Segundo Carl, em algumas ocasiões o CEO, Stockton Rush, teve que cobrir pessoalmente a folha de pagamento da empresa. Além disso, os funcionários foram solicitados a abrir mão de seus salários por períodos de tempo, com a promessa de receberem os valores atrasados posteriormente. É importante ressaltar que essas práticas podem indicar uma gestão financeira precária e falta de compromisso com a equipe.

Embora as causas exatas da implosão do Titan ainda estejam sendo investigadas, as evidências indicam sérias falhas na gestão financeira da OceanGate e na consideração da segurança da tripulação. A situação aponta para a necessidade de atualizações nas regulamentações internacionais de submersíveis e melhores práticas para garantir a segurança daqueles que trabalham nessas expedições.

A OceanGate foi fundada em 2009 com a intenção de criar um novo modelo de negócios para a exploração de águas profundas. Inicialmente, a empresa não planejava construir seus próprios submersíveis, mas logo descobriu que nenhum fabricante produzia um submersível acessível capaz de atingir as profundezas do Titanic com uma equipe de cinco pessoas. Essa lacuna no mercado levou a OceanGate a buscar a construção de seu próprio submersível, o Titan.

No entanto, o sonho de tornar a exploração das profundezas oceânicas mais acessível acabou se transformando em uma tragédia. O colapso do Titan expôs os problemas financeiros e a falta de compromisso com a segurança da OceanGate. A empresa agora enfrenta graves consequências legais e possíveis atualizações nas regulamentações para submersíveis tripulados.

Espera-se que as investigações em andamento e as demandas por mudanças regulatórias tragam justiça às vítimas do desastre e ajudem a garantir que falhas semelhantes não ocorram no futuro.

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