Audiência sobre a tragédia do submarino da OceanGate revela últimas palavras da tripulação.

Hearing on OceanGate sub tragedy reveals crew's final words

## O trágico acidente do submersível Titan

Um ano após a implosão catastrófica do submersível Titan, da OceanGate, no Atlântico Norte, um conjunto de informações chocantes foi revelado durante audiências públicas realizadas pela Guarda Costeira dos Estados Unidos. Durante o mergulho fatídico ao naufrágio do Titanic em 18 de junho de 2023, a última mensagem transmitida pela tripulação antes de perecerem veio à tona. “Aqui é o PH”, digitou P.H. Nargeolet, experiente explorador, na mensagem exibida durante a audiência. “Está tudo bem aqui”, finalizou.

A última comunicação relatou que a tripulação havia soltado dois pesos de lastro do submersível. Segundos depois, o Polar Prince, navio-mãe do Titan, recebeu o último sinal do submersível. E então, o silêncio. Investigadores afirmam que Nargeolet e os outros quatro membros da tripulação do Titan pereceram quando o casco cedeu à pressão esmagadora nas profundezas do oceano.

Os outros quatro tripulantes vitimados foram Stockton Rush, CEO e co-fundador da OceanGate, que também pilotava o Titan; Hamish Harding, executivo britânico de aviação e aventureiro; e Shahzada Dawood, executivo de negócios de origem paquistanesa, e seu filho, Suleman.

A audiência pública, presidida por Jason Neubauer, presidente do Conselho de Investigação Marítima da Guarda Costeira, teve início com um momento de silêncio em homenagem à tripulação. Em seguida, foi apresentada uma palestra que abordou o desenvolvimento e a operação do submersível Titan.

Diversos problemas surgiram durante a missão fatal do Titan, de acordo com as mensagens registradas. A comunicação entre o Titan e a equipe de suporte no Polar Prince apresentou falhas, com mensagens como “Preciso de uma comunicação melhor” enviadas pela tripulação do navio-mãe e respondidas pela tripulação do Titan com “Configurações de sistema e chat perdidas”.

Outros registros documentaram uma série de problemas que surgiram antes e durante as cinco expedições realizadas de Newfoundland ao local do Titanic. Por exemplo, a Guarda Costeira relatou que o submersível foi armazenado em um estacionamento, desprotegido das intempéries, durante os meses de inverno que antecederam as expedições. Segundo os investigadores, o submersível teve que ser rebocado pela água durante a jornada de 400 milhas até a área de mergulho, pois não havia espaço na plataforma do navio-mãe.

Durante uma das viagens, Titan e sua plataforma de mergulho foram parcialmente afundados após uma noite de mares agitados. Durante outra expedição, um problema no tanque de lastro fez com que a plataforma inclinasse cerca de 45 graus, jogando os ocupantes do submersível para a parte traseira da cabine de tripulação.

A Guarda Costeira também listou dezenas de problemas com equipamentos que surgiram durante as expedições ao Titanic em 2021 e 2022.

O primeiro depoente da audiência, Tony Nissen, discutiu seu papel como diretor de engenharia da OceanGate de 2016 a 2019, período em que a empresa desenvolvia e testava a primeira versão do seu submersível para viagens ao Titanic. Nissen demonstrou estar perturbado com as revelações feitas pouco antes do seu depoimento.

Questionado se sentiu pressão para acelerar o cronograma de desenvolvimento, Nissen respondeu de maneira afirmativa, mas afirmou que essa pressão não teve impacto negativo em sua abordagem em relação à segurança e aos testes. Ele destacou que, dentro das limitações de tempo e recursos, todos os procedimentos e análises foram realizados de forma minuciosa, assemelhando o trabalho ao de uma aeronave.

Nissen relatou ter manifestado preocupações com problemas de qualidade durante a fabricação do casco de compósito de carbono, mas suas objeções foram anuladas por Rush. “Ele era obstinado e não cedia em nada”, disse Nissen. A situação se agravou quando uma rachadura no casco foi descoberta após uma série de mergulhos de teste nas Bahamas em 2019. “Eu disse que o casco estava acabado. Não assinei embaixo disso e, como consequência, fui demitido”.

Em 2020, a OceanGate cancelou seus planos de realizar as expedições ao Titanic naquele ano, alegando problemas logísticos, sem mencionar a rachadura. No ano seguinte, a empresa encomendou um novo casco para o Titan e retomou as atividades.

Questionado se teria se sentido seguro em fazer uma viagem submarina no Titan, Nissen respondeu de maneira irônica. Ele revelou que a empresa o convidou para pilotar as missões ao Titanic, mas ele se recusou alegando falta de confiança na equipe de operações. “Essa foi definitivamente minha sentença de morte”, concluiu.

Outros destaques da audiência incluíram o depoimento de Bonnie Carl, ex-diretora de recursos humanos, finanças e administração da OceanGate, que revelou que os pagamentos feitos pelos especialistas em missões para participar dos mergulhos iam diretamente para o fundo operacional da empresa. Carl também expressou preocupações sobre a segurança do Titan e discutiu essas preocupações com David Lochridge, diretor de operações marítimas da OceanGate na época. Lochridge foi demitido em 2018 depois de criticar publicamente os padrões de segurança da OceanGate e deverá testemunhar na audiência.

Este é um artigo em desenvolvimento. Fique atento para atualizações desta história em constante evolução.

Publicar comentário