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Charles Simonyi fornece visão panorâmica de telescópio de pesquisa.

Simonyi Survey Telescope under construction

# O Simonyi Survey Telescope e sua promessa de transformar a astronomia

Com o lançamento do Simonyi Survey Telescope, no Observatório Vera C. Rubin, no Chile, o arquiteto de software da Microsoft, Charles Simonyi, agora faz parte de um seleto grupo de cientistas, tecnólogos, formuladores de políticas e filantropos que têm telescópios e observatórios de classe mundial com seus nomes.

Embora o Simonyi Survey Telescope seja tecnicamente nomeado em homenagem a Charles Simonyi, ele destaca que a ideia era criar algo que levasse o nome de sua família, especialmente seu pai, Simonyi Károly. Seu pai era professor na Universidade de Budapeste e escreveu um livro chamado “A História Cultural da Física”, disponível em inglês na Amazon.

O trabalho mais conhecido do pai de Simonyi foi popularizar a ciência e torná-la compreensível para o grande público. Da mesma forma, o filho teve um impacto ainda maior em nossa sociedade centrada em computadores ao desempenhar um papel importante na criação do Word, Excel e outras ferramentas da suíte Office da Microsoft nos anos 1980. Até hoje, o Word é o software de processamento de texto mais amplamente utilizado no mundo, e o Excel é a planilha eletrônica mais popular.

Agora, o Simonyi Survey Telescope promete ter um impacto igualmente transformador e duradouro na astronomia. Localizado no Observatório Rubin, no deserto do Atacama, no Chile, um dos lugares mais secos da Terra, o telescópio fará um levantamento do céu completo a cada três noites, gerando cerca de 20 terabytes de dados brutos diariamente.

A equipe de construção do Rubin Observatory, liderada pelo astrônomo da Universidade de Washington, Zeljko Ivezic, está imersa em preparar o telescópio para sua estreia oficial na primavera de 2025. E há mais uma conexão com a tecnologia de Seattle no projeto: o Instituto DiRAC da UW está fortemente envolvido no desenvolvimento de ferramentas para analisar os enormes volumes de dados que virão do Rubin Observatory.

Ao contrário do Telescópio Espacial Hubble ou do Telescópio Espacial James Webb da NASA, que podem focar em um ponto minúsculo no céu, o Simonyi Survey Telescope é mais como uma câmera com lente grande angular e lente telescópica. Ambos são úteis para diferentes propósitos, mas não um é melhor que o outro. O helvético Simonyi explica que é importante ter uma lente grande angular para não perder as coisas interessantes.

O telescópio é adequado para estudar uma ampla gama de fenômenos astronômicos. A leitura do Rubin Observatory deverá contribuir para o conhecimento da matéria e energia escuras, substâncias invisíveis que compõem 95% do universo. O observatório também servirá como um sistema de alerta precoce para eventos transitórios no céu noturno, como supernovas e explosões de raios gama, para que outros observatórios possam acompanhar esses acontecimentos cósmicos.

Simonyi está ansioso por uma avalanche de descobertas relacionadas a asteroides, cometas e objetos interestelares, como o ‘Oumuamua, um objeto em forma de charuto que atravessou o sistema solar interno em 2017. Prevê-se que o Rubin Observatory possa detectar até 70 objetos interestelares e cerca de 130 objetos próximos à Terra, como asteroides, todas as noites.

No entanto, ele enfatiza que não está à procura de um asteroide que ameace a Terra, mas é importante conhecer a localização desses asteroides. Existem cerca de 5 a 10 milhões de objetos em nosso sistema solar, e muitos deles são objetos transnetunianos, como Plutão. Quem sabe se entre eles não está o nosso tão debatido Planeta X?

Mas como Charles Simonyi teve um telescópio nomeado em homenagem à sua família? Tudo começou com as origens do Rubin Observatory, inicialmente conhecido como Large Synoptic Survey Telescope (LSST). Um dos primeiros defensores do telescópio foi Tony Tyson, astrônomo que acabou se tornando o cientista-chefe do observatório.

Tyson tinha um sonho de criar um telescópio de pesquisa muito grande, que ele chamou de LSST. Em 2004, ele abordou Bill Gates com uma proposta para financiar apenas o espelho do telescópio, pois o espelho é o componente que leva mais tempo para fabricar. Leva anos para fundir, resfriar e polir. Gates ficou entusiasmado com a ideia, mas tinha outras prioridades para sua doação filantrópica.

No entanto, ele sugeriu que Simonyi fizesse o investimento inicial para a construção do espelho e prometeu se juntar a ele nessa empreitada. Simonyi contribuiu com US $ 20 milhões e Gates com US $ 10 milhões. Eventualmente, os investimentos da National Science Foundation e do Departamento de Energia dos Estados Unidos superaram as contribuições dos bilionários.

Simonyi se tornou o primeiro investidor-anjo a contribuir para a construção do que se tornará um dos telescópios mais poderosos do mundo, com o retorno desse investimento na forma de descobertas científicas. Não é de surpreender que o telescópio leve seu nome.

Em suma, o Simonyi Survey Telescope está destinado a revolucionar a astronomia, fornecendo dados cruciais para a compreensão da matéria escura, energia escura e uma ampla gama de outros fenômenos astronômicos. Com sua capacidade de observar o céu em grande angular e gerar uma grande quantidade de dados, este telescópio tem o potencial de abrir novas fronteiras na exploração do cosmos. Estamos ansiosos para as descobertas que ele nos proporcionará nos próximos anos!

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